Desafio de negócio
A Marinha dos Estados Unidos buscava alternativas mais sustentáveis e eficazes para combater a bioincrustação — o acúmulo de microrganismos como algas e bactérias nos cascos de navios e submarinos, que aumentam o arrasto, o consumo de combustível e os custos operacionais. Os revestimentos químicos convencionais, além de caros, apresentavam sérios impactos ambientais.
Inspiração natural
Durante suas pesquisas, o engenheiro biomédico Dr. Anthony Brennan identificou que a pele dos tubarões, em especial da espécie Galha-preta, permanece livre de incrustações mesmo em ambientes marinhos altamente propensos a isso. A estrutura microscópica da pele, formada por dentículos dérmicos dispostos em padrões específicos, impede a adesão de organismos.
Solução
Ao replicar essa microtextura em superfícies sintéticas, Brennan desenvolveu o Sharklet, o primeiro material comercial baseado em estrutura bioinspirada que inibe fisicamente a adesão bacteriana e microbiana sem recorrer a produtos químicos ou antibióticos. Embora tenha sido pensado inicialmente para uso naval, o potencial antimicrobiano o direcionou para ambientes hospitalares e industriais.
Resultado
Hoje, o Sharklet é aplicado em equipamentos médicos, superfícies hospitalares, banheiros públicos e outros ambientes onde a proliferação bacteriana representa risco. Estudos mostram que ele reduz em até 99% a presença de bactérias como a E. coli e Staphylococcus aureus. Um exemplo claro de como a observação da natureza pode transformar um desafio técnico em uma solução regenerativa e de impacto social ampliado.